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Fevereiro Roxo: cuidados paliativos e reabilitação garantem mais qualidade de vida  

Cuidados Paliativos
Hospital de Transição
Reabilitação Intensiva

Doenças crônicas como Lúpus, Fibromialgia e Alzheimer apresentam progressão gradual e necessitam de tratamento multidisciplinar.

O mês de fevereiro é marcado pela campanha cujo objetivo é promover a conscientização sobre controle dos sintomas, condições de tratamento e adaptação diante dos impactos provocados por três doenças crônicas que afetam milhões de brasileiros: Alzheimer, lúpus e fibromialgia. Incuráveis, essas condições são consideradas silenciosas e progressivas. De acordo com o Ministério da Saúde, somente o Alzheimer atinge cerca de 33% da população com mais de 80 anos.  

Médico geriatra e paliativista da Clínica Florence Unidade Salvador, Rafael Calazans explica que, apesar da impossibilidade de cura, existem estratégias que ajudam a evitar o avanço dos quadros e minimizar seus efeitos, como múltiplas internações e perda de habilidades voltadas a realização de atividades diárias.  

“Um dos pontos em comum no tratamento dessas doenças é o cuidado que prioriza o conforto, bem-estar e a melhora da qualidade de vida dos pacientes. Isso também envolve, em determinados momentos, atendimentos de reabilitação para a recuperação de alguma capacidade funcional, principalmente após agravamento ou internação que leva à perda de funções de forma provisória”, afirma.   

Outra abordagem, de acordo com o especialista, é a orientação das famílias em relação às características de cada uma, formas de conter a progressão e possíveis complicações. “Assim como as pessoas que convivem, os seus familiares necessitam entender como essas enfermidades funcionam. Então, conversas sobre prognóstico, objetivos dos cuidados e desfechos sempre precisam acontecer”, diz.  

Entre as principais causas de demência, o Alzheimer interfere tanto nas funções cognitivas, a exemplo da memória, atenção e linguagem, quanto no comportamento individual e nas relações sociais. O lúpus, por sua vez, é uma doença inflamatória autoimune que costuma acometer diversos órgãos e tecidos. Já a fibromialgia é caracterizada pela dor generalizada no corpo, maior sensibilidade ao toque e alterações no sono e humor.   

Linhas de cuidado  

Devido à complexidade, os cuidados individualizados e multidisciplinares – que incluem profissionais de diversas áreas – são cruciais em todos os estágios das enfermidades. De acordo com Rafael Calazans, os tratamentos devem evitar medidas agressivas, invasivas e que podem prolongar o sofrimento dos pacientes por meios artificiais.  

“Na Clínica Florence, por exemplo, a nossa meta é a qualidade de vida. Interferimos para proporcionar bem-estar, além da diminuição de exacerbações e internações, deixando ocorrer a história natural da doença. Em algumas situações, por conta de algum declínio funcional que possa ser totalmente ou parcialmente revertido, o paciente também se beneficia da reabilitação. Chamamos esse processo de cuidado de adequação, que significa tentar ganhos pontuais visando uma melhor qualidade de vida”, ressalta. 

O geriatra completa que, para dar seguimento aos cuidados paliativos ou reabilitação após a alta, a clínica ainda capacita pacientes e cuidadores. “Em clínicas de transição, como é o caso da Florence, a abordagem durante o período de estadia também almeja facilitar o retorno para casa. Por isso, focamos na mobilidade dentro dos domicílios, nos materiais indispensáveis, incluindo cama e cadeira de banho, na preparação dos indivíduos que vão auxiliar e garantia da continuidade da assistência médica e interdisciplinar nos lares”, conclui. 


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