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Hospitais de Transição apresentam crescimento exponencial no Brasil

Cuidados Paliativos
Pós AVC
Pós Fratura
Pós UTI
Reabilitação Intensiva

De acordo com a Abrahct, o número de leitos dobrou nos últimos cinco anos.

Referência nos Estados Unidos e países europeus, as unidades de transição de cuidados têm conquistado cada vez mais espaço no mercado brasileiro de saúde. O número de leitos cresceu mais de 100% nos últimos cinco anos.

Apesar do percentual significativo, os números são extremamente tímidos se comparados com a realidade apresentada pelos Estados Unidos, cujo quantitativo de leitos de transição ultrapassa os de cuidados agudos.

No Brasil, a proporção é de 14 leitos de transição para cada 1000 leitos de cuidados agudos. Já nos Estados Unidos a média é de 1800 para cada 1000, respectivamente. Países desenvolvidos, como Alemanha e Canadá, alcançam a marca de 200 leitos de transição, seguindo a mesma meta de proporcionalidade.

Diversos fatores têm impulsionado o crescimento significativo de hospitais de transição no Brasil. Segundo a Abrahct, esses hospitais são mais econômicos para as operadoras de saúde. Por demandarem uma estrutura menos complexa e menos investimentos em tecnologias de equipamentos, os hospitais de transição conseguem reduzir os custos da internação prolongada em até 75%. Isso torna essas unidades uma alternativa viável tanto para os pacientes quanto para as operadoras de saúde, que buscam otimizar recursos sem comprometer a qualidade do atendimento.

Além disso, os hospitais de transição ganham importância com o envelhecimento da população. A longevidade crescente exige cuidados contínuos e especializados, que muitas vezes não podem ser totalmente atendidos pelos hospitais tradicionais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), otimizar a capacidade funcional é essencial para um envelhecimento saudável.

Nesse contexto, os hospitais de transição oferecem um ambiente adequado para a recuperação de evento agudo, doenças crônicas, fraturas ou outras condições que exigem reabilitação.

“Após tratamento de um evento agudo, em ambiente hospitalar, um percentual significativo de pacientes apresenta perda de funcionalidade importante e, embora estáveis, ainda necessitam de cuidados multidisciplinares e complexos. Esses pacientes podem ser atendidos em um hospital de transição, como a Clínica Florence, para um plano de cuidados voltado à reabilitação. Este atendimento proporciona uma alta hospitalar precoce, uma reabilitação intensiva e posterior retorno ao domicílio, sem rupturas”, destaca o cardiologista Lucas Andrade, diretor executivo e idealizador da Clínica Florence, primeira clínica de transição de cuidados do Norte/Nordeste, especializada no atendimento a pacientes em reabilitação e em cuidados paliativos.

Hospitais de Transição X Hospitais Tradicionais

Os hospitais tradicionais e as unidades de transição possuem funções distintas no cuidado aos pacientes. As instituições de saúde tradicionais têm como principal finalidade fornecer tratamento médico intensivo para uma variedade de condições agudas, cirúrgicas e de emergência. Elas atendem pacientes que necessitam de cuidados médicos imediatos ou complexos, como cirurgias, tratamentos de doenças graves e internações de emergência. A estadia nesses hospitais é geralmente curta, focada na estabilização e no tratamento da condição aguda do paciente.

Por outro lado, os hospitais de transição têm como objetivo facilitar a recuperação de pacientes que já passaram pela fase aguda de uma doença ou cirurgia, mas que ainda precisam de cuidados especializados antes de retornar para casa. Eles ajudam a garantir uma transição segura entre o hospital e o domicílio, reduzindo a taxa de reinternação e proporcionando um ambiente de cuidado que é menos intenso que o de um hospital geral, mas ainda assim altamente qualificado. “O hospital de transição funciona como uma ‘ponte’ para o domicílio, focando na recuperação de funcionalidades, redução da complexidade do cuidado, definição do plano de cuidados futuro e capacitação dos familiares para a continuidade da assistência após a alta”, ressalta o diretor executivo da Clínica Florence.

Os serviços oferecidos nas clínicas de transição incluem reabilitação, fisioterapia, cuidados pós-operatórios e manejo de dor, todos voltados para ajudar o paciente a se recuperar o suficiente para voltar ao ambiente domiciliar. Ou seja, enquanto os hospitais tradicionais se concentram em tratar condições agudas e urgentes, os hospitais de transição oferecem um ambiente intermediário que apoia a recuperação dos pacientes antes do retorno para casa.

Pacientes em sessão de fisioterapia coletiva para reabilitação
Pacientes na sessão de Reabilitação Funcional coletiva realizada no Jardim da Unidade Recife.


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