A sepse, também conhecida como septicemia ou infecção generalizada, é uma condição médica grave que ocorre quando o organismo responde de forma desregulada a uma infecção. Ela é caracterizada por uma resposta inflamatória intensa, que pode levar a danos em vários órgãos e sistemas do corpo.
Esta é uma infecção que pode ser causada por bactérias, fungos, protozoários ou vírus, como no caso da Covid-19 grave. Essa resposta inadequada pode levar ao mau funcionamento de órgãos, podendo ser fatal se não for diagnosticada e tratada precocemente, segundo a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
De acordo com Dr. Arthur Faria, médico responsável pela Linha de Cuidado “Reabilitação Pós UTI” na Clínica Florence – Unidade Recife, em entrevista ao Viva Bem UOL, a sepse pode provocar rebaixamento importante do nível de consciência, distúrbios renais, hipotensão, necessidade de ventilação mecânica invasiva e realização de hemotransfusões.
O Dia Mundial da Sepse foi criado com o objetivo de conscientizar a população sobre essa infecção grave e potencialmente fatal. Celebrada no dia 13 de setembro, esta data busca aumentar a conscientização sobre os sinais de alerta da sepse, promovendo a prevenção e o tratamento assertivo , além de fornecer informações sobre a importância da identificação precoce e do tratamento Pós Sepse para reduzir a mortalidade.
Nesta data, são realizadas ações em todo o mundo, como palestras, campanhas de mídia, eventos educacionais e atividades de sensibilização, com o intuito de informar o público em geral, bem como profissionais de saúde, sobre a sepse e a importância de agir rapidamente diante dos sinais, sintomas dessa condição, sua prevenção e cuidados Pós Sepse.
Prevenção da Sepse
Para prevenir a sepse, as medidas para evitar infecções são fundamentais. É crucial agir rapidamente no diagnóstico e tratamento. Sendo assim, é importante que a população conheça os sinais de alerta que indicam que uma infecção está se tornando grave e que é necessário buscar ajuda médica.
Além dos sinais de infecção mais comuns, como tosse e secreção na pneumonia ou dor ao urinar em infecções do trato urinário, é necessário ficar atento a sinais de mau funcionamento dos órgãos, como alterações na consciência (agitação, sonolência, confusão), falta de ar, fraqueza, queda da pressão arterial e redução na quantidade de urina.
Após o quadro de septicemia, muitos pacientes de casos mais graves enfrentam uma série de desafios com sequelas físicas, cognitivas e emocionais que podem afetar sua qualidade de vida e autonomia. Estudos recentes da Surviving Sepsis Campaign (2021) reforçam que o momento da alta hospitalar é crucial e a importância do acesso a um programa de reabilitação intensivo, com o apoio de equipe interdisciplinar, para contribuir na recuperação e melhoria de qualidade de vida destes pacientes.
Reabilitação Pós Sepse
É nesse contexto que entra o papel do Hospital de Transição para os cuidados do paciente Pós Sepse. Esse tipo de hospital oferece um ambiente adequado para que os pacientes possam receber cuidados especializados, incluindo, entre eles, fisioterapia, terapia ocupacional, nutrição, fonoaudiologia e suporte psicossocial com assistência social e psicologia.
“São pacientes que demandam um cuidado específico para voltar a qualidade de vida que tinham antes da patologia. Para reestabelecer o nível funcional das atividades básicas da vida, a reabilitação precisa ser estruturada e com uma equipe multiprofissional”, esclarece Dr. Arthur Faria.
A Linha de Cuidados Reabilitação Pós UTI da Clínica Florence, tem, entre os perfis de pacientes indicados, pessoas que sobreviveram a casos de sepse grave. O objetivo do programa interdisciplinar é estimular o paciente em uma reabilitação adequada, conforme prognóstico e metas objetivas para cada caso, contemplando as dimensões da saúde integral, buscando as chances de reduzir sua dependência e minimizar a extensão de sequelas.
Um time assistencial, formado por diversos profissionais da saúde e médicos especialistas, disponível 24 h por dia, 7 dias por semana, elabora um plano de cuidados personalizado e intensivo, que pode chegar até 15 horas semanais de terapias, entre outros.
Portanto, um programa interdisciplinar de Reabilitação Pós Sepse pode ser necessário para recuperação da pessoa acometida. A conscientização sobre os riscos, complicações e cuidados necessários após a infecção generalizada contribui com a busca pela melhora integral da saúde.