Reabilitação oncológica e sua importância na Oncogeriatria
Em artigo, Dr. Lucíulo Melo, Médico Geriatra, dialoga sobre esta terapia multidisciplinar que visa minimizar os efeitos adversos do câncer e de seu tratamento.
A oncogeriatria é um ramo da medicina que se dedica ao cuidado dos pacientes idosos com câncer, reconhecendo as particularidades desse grupo etário no contexto da doença oncológica. A Avaliação Geriátrica Ampla (AGA) é o cerne da Oncogeriatria e é considerada fundamental na decisão e no planejamento terapêutico da pessoa idosa com câncer.
Baseada no AGA, que é recomendada por diversas sociedades internacionais de Oncologia, podem ser feitas intervenções que permitam melhor tolerabilidade e maior chance de conclusão do tratamento proposto. Dentro desse campo, a reabilitação e a pré-habilitação desempenham papéis essenciais, visando otimizar a qualidade de vida e os resultados clínicos dos pacientes.
A reabilitação oncológica é um processo multidisciplinar que visa minimizar os efeitos adversos do câncer e de seu tratamento, além de promover a recuperação funcional e a reintegração do paciente às suas atividades diárias. Para os idosos, esse aspecto é ainda mais crucial, considerando as possíveis limitações físicas e cognitivas associadas à idade avançada.
Os programas de reabilitação oncológica para idosos frequentemente incluem uma variedade de intervenções, tais como fisioterapia para melhorar a mobilidade e a força muscular, terapia ocupacional para auxiliar na realização das atividades cotidianas, fonoaudiologia para lidar com problemas de deglutição e comunicação e suporte psicológico para enfrentar os desafios emocionais relacionados ao câncer. Pacientes oncológicos podem ser recebidos na Clínica Florence para reabilitação após cirurgias e internamentos.
Além da reabilitação, a pré-habilitação emerge como uma abordagem inovadora na oncogeriatria, buscando preparar os pacientes idosos para o tratamento do câncer de forma mais eficiente. Isso pode envolver vários aspectos, como a avaliação e o fortalecimento prévio da condição física e funcional do paciente antes do início das terapias (desde cirurgia a terapias sistêmicas, como quimioterapia), com o objetivo de reduzir complicações, melhorar a tolerância ao tratamento e potencialmente aumentar as taxas de sobrevivência.
Os programas de pré-habilitação, como os orientados pelo Programa Vivaz, por exemplo, podem incluir exercícios físicos específicos para fortalecer os músculos e melhorar a capacidade cardiorrespiratória, orientações nutricionais para garantir uma alimentação adequada durante o tratamento, além de intervenções para reduzir o estresse e promover o bem-estar psicossocial.
Em suma, a reabilitação e a pré-habilitação são pilares fundamentais da abordagem da oncogeriatria, proporcionando suporte abrangente aos pacientes idosos com câncer. Ao integrar essas estratégias aos cuidados oncológicos tradicionais, é possível melhorar significativamente a experiência do paciente e os desfechos clínicos, permitindo que eles enfrentem o câncer com maior resiliência e qualidade de vida.
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