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Reabilitação pós-UTI transforma a jornada de pacientes oncológicos

Cuidados Paliativos
Hospital de Transição
Pós UTI

Estratégia exige a atuação de uma equipe multidisciplinar, com a criação de um plano individualizado e personalizado para cada paciente.

O câncer é uma das doenças que mais cresce em números no mundo. Ele está entre as principais causas de morbidade e mortalidade, com perspectiva de duplicar em número de casos até 2040, na América Latina, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS). Em muitos casos, pacientes oncológicos necessitam de internamento até mesmo em unidade de terapia intensiva. Essa passagem por UTI pode impactar em diversas esferas de sua vida.

“Conforme a literatura, em torno de 40% dos pacientes saem frágeis da UTI, e isso é ainda mais crítico em pacientes oncológicos, que apresentam maior grau de vulnerabilidade. A reabilitação intensiva Pós-UTI tem demonstrado resultados na melhoria da qualidade de vida, funcionalidade, controle de sintomas, questões psicológicas e mortalidade”, afirma a gerente médica da Unidade Recife da Clínica Florence, Michele Melo Bautista.

Em casos de pacientes oncológicos, o plano de reabilitação é elaborado antes mesmo de sua admissão. Ele considera, por exemplo, perspectivas, patologias, prognóstico e tratamentos em curso, como quimioterapia ou radioterapia, e particularidades de cada tipo de câncer. Além disso, em caso de estágio avançado da doença, a equipe deve estar preparada para uma abordagem voltada a cuidados paliativos.

Equipe multidisciplinar

A especialista explica ainda que o processo de reabilitação em um hospital de transição, como a Clínica Florence, envolve uma equipe multidisciplinar composta por profissionais de áreas como a Medicina, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Psicologia, Farmácia, Nutrição, Serviço Social e Enfermagem.

Cada especialista contribui com sua expertise para a recuperação completa: fisioterapeutas trabalham a mobilidade, nutricionistas ajustam a alimentação, psicólogos oferecem suporte emocional, enquanto terapeutas ocupacionais promovem independência nas atividades diárias e adaptam o ambiente domiciliar. Essa integração permite criar planos de tratamento personalizados, focados na autonomia e a independência dos pacientes.

“Os pacientes são reavaliados, periodicamente, com base em escalas consagradas na literatura. Isso traz objetividade na avaliação e acompanhamento de resultados”, complementa Michele Bautista, ao afirmar que “a reabilitação intensiva pós-UTI permite que pacientes com câncer recuperem sua independência e autonomia e, consequentemente, voltem a realizar atividades que valorizem sua rotina e bem-estar. Isso dá mais significado e satisfação à vida e promove uma melhoria que vai além do físico”.


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