Riscos de complicações respiratórias aumentam no inverno
As baixas temperaturas favorecem a circulação de vírus e bactérias que podem causar doenças infecciosas graves, principalmente entre os idosos.
Com a chegada do inverno, as doenças respiratórias se intensificam, aumentando os riscos de complicações graves que podem levar o indivíduo à morte. A queda de temperatura e baixa umidade do ar costuma favorecer a circulação de vírus e bactérias que causam doenças infecciosas, como Gripe, Covid-19, pneumonia e bronquite.
Durante os períodos de pico sazonal, a propagação de vírus respiratórios como influenza pode resultar em complicações sérias. Um dos fatores que contribui para a disseminação dessas patologias é o comportamento da população, que tende a ficar mais tempo em locais fechados e sem ventilação adequada. Além disso, o ressecamento das vias aéreas pode causar desconforto, dificultar a respiração e agravar condições como sinusite, bronquite, asma e rinite.
De acordo com dados divulgados pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), através do Boletim InfoGripe, houve um aumento do número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil. A taxa de mortalidade por SRAG prevalece maior entre os idosos e a Covid-19 ainda surge como principal causa de óbito de indivíduos nesta faixa etária.
De acordo com a pneumologista Dra. Yanne Amorim (CRM – BA 14304), coordenadora médica da Unidade Salvador da Clínica Florence, as doenças respiratórias costumam ter um impacto mais significativo em crianças, pacientes imunocomprometidos e nos idosos.
“As gripes e resfriados podem evoluir para pneumonia e bronquite. Em pacientes mais frágeis, como idosos, pneumopatas crônicos, portadores de doenças crônicas do aparelho respiratório, dentre elas DPOC ( Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), enfisema e fibrose pulmonar, podem resultar em complicações com a necessidade de internação e perda funcional”, comentou Dra. Yanne.
A pneumologista alerta que é preciso se manter atento ao agravamento do quadro clínico, destacando que febre alta, tosse persistente e secreção purulenta são marcadores que indicam a necessidade de intervenção médica.
Principais Doenças Respiratórias no Inverno
Gripe e Resfriado: vírus como o influenza (causador da gripe) e o rinovírus (responsável pelos resfriados) são mais ativos durante o inverno. A circulação desses patógenos aumenta significativamente, elevando a incidência de doenças respiratórias. Seus sintomas incluem febre, tosse, dor de garganta, congestão nasal e fadiga.
Covid-19: causada pelo coronavírus SARS-CoV-2. Transmitida principalmente por gotículas respiratórias, a Covid-19 pode causar desde sintomas leves, como febre e tosse, até complicações graves, como pneumonia e síndrome respiratória aguda.
Bronquite: caracterizada pela inflamação dos brônquios, pode ser desencadeada por infecções virais ou bacterianas. Tosse persistente, produção de muco e dificuldade respiratória são sintomas comuns.
Pneumonia: é uma das principais causas de morbidade e mortalidade relacionadas a infecções respiratórias. Trata-se de uma infecção grave dos pulmões que pode ser causada por vírus, bactérias ou fungos. Seus sintomas incluem febre alta, calafrios, tosse com expectoração, dor no peito e dificuldade para respirar.
Asma: embora não seja uma doença infecciosa, pode ser agravada no inverno devido ao ar frio e seco, além da maior exposição a alérgenos em ambientes fechados. Crises asmáticas se manifestam por meio de falta de ar, chiado no peito e tosse.
Diferenças entre Gripe, Rinite e Covid-19
As doenças de inverno têm sintomas semelhantes, mas algumas características ajudam a diferenciá-las. A gripe provoca sintomas intensos e febre alta, enquanto os resfriados são mais leves e curtos. A rinite causa espirros em sequência, ocorrendo geralmente em crises que se repetem ao longo do dia. A Covid-19 varia bastante de pessoa para pessoa, mas pode incluir perda prolongada de olfato e paladar.
A Covid-19, causada pelo SARS-CoV-2, pode variar de assintomática a crítica. Casos leves incluem tosse, dor de garganta e coriza, podendo vir com febre, dores musculares e fadiga. Casos moderados podem ter tosse e febre persistentes, pneumonia sem gravidade, e outros sintomas como cansaço intenso. Casos graves envolvem Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com sintomas como falta de ar e baixa saturação de oxigênio. Os casos críticos podem incluir sepse, insuficiência respiratória e necessidade de UTI.
Jornada de Reabilitação após SRAG
Síndromes respiratórias graves podem deixar sequelas físicas, pulmonares e até psicológicas. Fadiga muscular, fraqueza, dificuldade para respirar, ansiedade e depressão são alguns exemplos.
Os idosos costumam ser mais suscetíveis às sequelas das doenças respiratórias graves. E a reabilitação precisa levar em consideração as características e necessidades específicas dessa faixa etária.
Um dos pilares da reabilitação pós síndrome respiratória é a restauração da função pulmonar. Através de exercícios personalizados, os fisioterapeutas auxiliam no fortalecimento dos músculos respiratórios, expandindo a capacidade dos pulmões e evitando a sensação de falta de ar.
A fraqueza muscular também é comum após longos períodos de internação. A fisioterapia auxilia na recuperação da força, resistência e coordenação motora, permitindo que o paciente realize tarefas simples do dia a dia com mais autonomia.
O impacto emocional das doenças graves também influencia na recuperação do paciente. Psicólogos que integram a equipe multiprofissional acompanham o paciente durante a reabilitação, oferecendo suporte para lidar com ansiedade, depressão, estresse pós-traumático e outros desafios emocionais.
Para pacientes que necessitam de cuidados intensivos após a alta hospitalar, os hospitais de transição oferecem um ambiente estruturado e especializado na reabilitação. Profissionais de diversas áreas trabalham em conjunto para garantir o melhor acompanhamento e acelerar o processo de recuperação. Essas unidades oferecem o ambiente adequado para que os pacientes possam receber cuidados especializados, com suporte do time de fisioterapia, terapia ocupacional, nutrição, fonoaudiologia, além de apoio psicossocial de assistência social e psicologia.
Dra.Yanne Amorim reforça que a transferência do paciente das unidades de alta complexidade para as unidades de transição ajuda a amenizar os impactos da doença e restabelecer as funcionalidades do indivíduo.
“No hospital de transição nós conseguimos evitar infecções por germes multirresistentes, que são mais característicos em unidades de alta complexidade. Também é possível prevenir que haja um maior declínio funcional do paciente, ocasionado por complicações associadas a delirium, por exemplo. Além disso, podemos oferecer de forma mais precoce o processo de reabilitação pulmonar propriamente dito, com uma fisioterapia intensificada, treinamento de técnicas de respiração, atividade física adequada para fortalecimento de musculatura, dentre outros benefícios. Portanto, quanto mais precoce o paciente puder usufruir dos cuidados do Hospital de Transição, menor o risco para que ele tenha uma perda funcional mais significativa”, concluiu a médica.
A Clínica Florence trata os pacientes através da assistência centrada na pessoa, promovendo qualidade de vida e humanização. A equipe médica e interdisciplinar da Florence atua para que, o paciente e sua família, participem de todas as decisões, ajudando a definir o plano de cuidados que se estenderá até a alta para o domicílio.
“São pacientes que demandam um cuidado específico para voltar a qualidade de vida que tinham antes da patologia. Para reestabelecer o nível funcional das atividades básicas da vida, a reabilitação precisa ser estruturada e com uma equipe multiprofissional”, explica o médico Responsável pela Linha de Cuidado “Reabilitação Pós UTI” da Clínica Florence, na Unidade Recife, Dr. Arthur Faria (CRM-PE 16646).
Tags: Reabilitação, Reabilitação Intensiva, Doenças Respiratórias, Inverno, Doenças de Inverno, Síndromes Respiratórias, Hospital de Transição, Clínica Florence, Saúde, Pós UTI, Idosos