A sepse, também chamada pelo nome septicemia, é uma condição grave com alta mortalidade, especialmente em pacientes com fatores de risco. Trata-se de uma resposta inflamatória que o indivíduo desenvolve por uma infecção.
De acordo com Dr. Silas Lucena (CRM-PE 30132), coordenador médico da Clínica Florence, Unidade Recife, tal reação pode ocasionar disfunção em diferentes órgãos.
“O rim, o coração, o pulmão e o próprio cérebro podem sofrer com a resposta inflamatória, que pode ter como causa direta ou indireta o agente infeccioso. E as consequências dessas manifestações podem ser as mais diversas, como dessaturação, aumento da frequência respiratória e taquicardia”, pontuou o médico, ressaltando que tais marcadores sintomáticos não são exclusivos da sepse ou speticemia.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que a sepse seja responsável por mais de 10 milhões de mortes por ano, representando quase 20% da taxa de mortalidade em todo o mundo. Levando em consideração a incidência de sepse no Brasil, mais de meio milhão de casos são registrados anualmente e o percentual de mortalidade desses pacientes pode chegar a 55%.
A sepse geralmente ocorre quando uma infecção já existente no corpo desencadeia uma resposta imunológica extrema, levando a uma inflamação generalizada. Ela pode ser resultado de infecções bacterianas, fúngicas ou virais, atingindo principalmente pacientes com condições imunocomprometidas.
Pacientes neonatos, idosos, imunocomprometidos e aqueles que passam longos períodos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), especialmente em uso de ventilação mecânica, estão mais suscetíveis a sofrer um choque séptico. Pesquisa realizada pela Pfizer constatou que a sepse é a maior causa de morte nas UTIs, atingindo 65% dos casos no Brasil.
A septicemia no pós-operatório é uma complicação grave que pode ocorrer após uma cirurgia, como resultado de infecções que se desenvolvem nas áreas operadas ou seja resultante de infecções secundárias.
Alguns fatores interferem no nível de gravidade da sepse, dentre eles estão a complexidade da cirurgia, o estado de saúde prévio do paciente, a idade e condição nutricional deles. Falhas nas práticas de esterilização e higiene também podem ser fatores desencadeantes, pois alguns patógenos podem ser introduzidos durante a cirurgia.
Um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), investigou pacientes não cardíacos que foram parar na UTI após ser submetido a cirurgias de grande porte e de urgência. O levantamento constatou um elevado percentual de complicações oriunda de infecções e ainda trouxe as principais causas de septicemia no pós-operatório:
Infecções da Ferida Cirúrgica: as feridas podem ser infectadas por bactérias presentes na pele ou no ambiente cirúrgico.
Infecções Abdominais: procedimentos como cirurgias intestinais ou abdominais podem levar a peritonite se bactérias intestinais contaminarem a cavidade abdominal.
Infecções Urinárias: cateteres urinários utilizados durante e após a cirurgia podem introduzir bactérias no trato urinário.
Infecções Pulmonares: pacientes entubados ou com ventilação mecânica estão em risco de pneumonia.
O tratamento Pós Sepse ou Pós Septicemia é crucial para a recuperação do paciente, pois a síndrome clínica pode causar danos significativos aos órgãos e ao sistema imunológico.
O movimento intitulado “Surviving Sepsis Campaign (SSC)” traz estratégias globais com soluções de longo prazo para auxiliar no tratamento de pacientes que sobrevivem ao evento agudo da sepse.
As diretrizes globais reforçam que após a alta hospitalar é crucial que o paciente tenha acesso a um programa de reabilitação intensiva, com suporte de uma equipe multidisciplinar. O documento orienta que a estruturação do plano de cuidado seja realizado ainda durante a internação. A SSC ainda sugere que todos os pacientes que ficaram internados em UTI por mais de três dias sejam encaminhados para um programa de reabilitação pós-hospitalar.
Pacientes acometidos pela sepse podem levar um certo tempo para retornar a sua rotina, depois da alta hospitalar. Por isso, a reabilitação intensiva depois de um quadro de sepse é fundamental para a recuperação do paciente, evitando complicações graves e possibilitando a melhoria da saúde.
Hospitais de Transição podem ter papel relevante na reabilitação desses pacientes, pois desenvolvem um plano de cuidado intensivo, com foco na busca da autonomia dos pacientes.
A Clínica Florence oferece uma assistência especializada para pacientes em processo de recuperação de quadros Pós Agudo, como o Pós Sepse. O Time Florence desenvolve um plano de cuidados personalizado, que visa a saúde integral do paciente.
“Na Clínica Florence o tratamento Pós Sepse é vital para garantir a recuperação completa e prevenir complicações de longo prazo. Envolve uma abordagem multidisciplinar que inclui suporte médico, reabilitação física, apoio psicológico e monitoramento contínuo. O envolvimento do paciente e da família é essencial para um processo de recuperação bem-sucedido”, reforça Dr. Silas.
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