3,4 bilhões de pessoas sofrem com problemas neurológicos, aponta estudo
AVCs, demência e cefaleias estão entre as disfunções do sistema nervoso que mais acometem a população.
Levantamento realizado pela Global Burden of Disease (GMB) e publicado pela revista britânica The Lancet Neurology identificou que 43% da população mundial apresenta alguma irregularidade no sistema nervoso, que inclui o Acidente Vascular Cerebral (AVCs), demência e dores de cabeça recorrentes. Isso significa que 3,4 bilhões de pessoas sofrem com problemas neurológicos.
As implicações dessas condições são significativas, não apenas em termos de saúde física, mas principalmente pela qualidade de vida. O estudo destacou que as doenças neurológicas estão entre as principais causas de anos perdidos de vida saudável, com foco na sua gravidade e impacto global.
De acordo com o Dr. Jamary Oliveira (CRM-BA 14387), médico neurologista e responsável pela Linha de Cuidados Reabilitação Pós AVC na Clínica Florence, Unidade Salvador, o Brasil, entre outros países em desenvolvimento, enfrenta desafios significativos no tratamento e na gestão dessas condições devido as dificuldades de acesso ao sistema de saúde.
“O difícil acesso ao sistema de saúde traz um impacto relevante para a população dos países de média e de baixa renda, pois reflete tanto na fase de diagnóstico como na reabilitação dos pacientes”, ressaltou o médico, ressaltando que as doenças neurológicas se manifestam de formas distintas, conforme a faixa etária.
Impactos Sociais
Dr. Jamary destacou que a prevalência de doenças neurológicas na infância estão, geralmente, relacionadas às condições como paralisia cerebral e Transtorno do Espectro Autista (TEA), que não afetam apenas o indivíduo, mas também impactam significativamente em suas famílias.
Em se tratando de vida adulta, o profissional reforça que “doenças como AVC, enxaquecas, epilepsia e demência se tornam mais prevalentes, afetando a qualidade de vida e a produtividade”.
O AVC é uma das principais causas de incapacidade permanente em adultos, pois traz consequências físicas, sociais e econômicas. Ele ocupa o segundo lugar no rankingde doenças letais, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
“Outro dado preocupante é o aumento do número de jovens que tem apresentado essa patologia, porque estão em fase produtiva. Esse episódio irá refletir na vida do paciente e seus familiares no aspecto social e também financeiro”, frisou o especialista.
Dr. Jamary enfatizou a importância do tratamento precoce e da reabilitação abrangente após um AVC, destacando a abordagem multidisciplinar da Clínica Florence, que visa não apenas aliviar o sofrimento, mas também promover dignidade aos pacientes.
“A Florence tem uma Linha de Cuidado direcionada ao Pós AVC, que se baseia na identificação das limitações que surgem após o acidente vascular cerebral e no tratamento multidisciplinar, que é executado por uma equipe de profissionais que irá atuar em várias frentes para reintegrar o paciente ao convívio social da melhor forma possível”, detalha Dr. Jamary.
A jornalista Eliane Nobrega teve uma experiência de cuidado na Clínica Florence. Seu esposo sofreu um AVC e ficou internado na instituição durante dois meses, para reabilitação intensiva. Ela relembrou com carinho sua passagem pela instituição, destacando a relevância da equipe multiprofissional.
“Na Florence eu entendi na prática o que é poder contar com uma equipe multidisciplinar, onde todo Time atua de forma integrada, em prol da recuperação do paciente. Foi o trabalho intensivo, realizado por profissionais de diferentes áreas, que nos ajudou a sair da clínica dando os primeiros passos”, comentou a jornalista.
Contar com uma abordagem colaborativa entre profissionais de saúde, focada em metas e estratégias integradas, pode maximizar os resultados e minimizar os danos causados pelos problemas neurológicos.
O responsável pela Linha de Cuidados Reabilitação Pós AVC Unidade Salvador alertou sobre a importância da reabilitação precoce.
“Quanto mais cedo você começa a reabilitação, melhor são os resultados para aquela população. O ideal é que ela aconteça nos primeiros três meses, pois existe o ganho de neuroplasticidade, da capacidade de recuperação de áreas cerebrais que foram lesionadas”, concluiu Dr. Jamary.
As sequelas do AVC são inúmeras, dentre elas é possível destacar alterações cognitivas, limitação de movimento e até cegueira. Em nosso blog você encontrará um post exclusivo sobre esse tema.
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