Entenda os desafios da Psicologia no Hospital de Transição
No Dia do Psicólogo, saiba mais sobre os desafios desta especialidade fundamental no Time Interdisciplinar da Clínica Florence para Transição de Cuidados.
No contexto de um hospital de transição, onde pacientes enfrentam desafios físicos, emocionais e sociais significativos, a presença de profissionais de diferentes áreas se torna essencial para garantir uma abordagem integral de cuidados.
Neste olhar holístico, o profissional de Psicologia desempenha um papel fundamental, atuando como um elo crucial entre as necessidades físicas e emocionais dos indivíduos em transição de cuidados. Sua contribuição é valiosa para buscar o bem-estar, autocuidado e qualidade de vida, para lidar com as demandas psicológicas inerentes a essa fase de mudança, além de dar o suporte emocional necessário para uma recuperação efetiva ou enfrentamento ao luto.
Em comemoração ao Dia do Psicólogo, celebrado no dia 27 de agosto, entrevistamos Maria do Carmo Andrade, psicóloga da Clínica Florence – Unidade Recife. Graduada pela Universidade Católica de Pernambuco, com especialização em Psicologia Hospitalar e mestrado em Psicologia Clínica, a Cuidadora Florence aborda, em entrevista, a importância desta área da saúde na equipe interdisciplinar da Clínica Florence, destacando como sua atuação é vital para a reabilitação, adequação de cuidados e na abordagem paliativa.
Confira abaixo.
Existe diferença entre o atendimento do psicólogo clínico e do psicólogo com atuação em hospital de transição?
O Psicólogo que atua em hospital de transição também é clínico por essência. Porém, neste contexto, nosso trabalho está focado especialmente em auxiliar o paciente a passar por esse momento, favorecendo o fortalecimento dos recursos de enfrentamento para uma melhor reabilitação ou facilitando a elaboração do processo de luto pelas perdas funcionais transitórias ou definitivas.
Outra diferença entre o profissional que atua no consultório e no hospital de transição é como é o contato inicial com o paciente. A pessoa que chega ao consultório nos procura intencionalmente, tem o desejo de iniciar um processo terapêutico. Já no hospital de transição, nós é que vamos ao leito, ao jardim, onde quer que o paciente esteja, para ofertar nossa escuta. Nesse caso, precisamos estar atentos para a disponibilidade do paciente para ser atendido, para não corrermos o risco de ser invasivos em um momento inadequado.
Além da escuta ativa e do suporte emocional, quais são as abordagens terapêuticas e estratégias utilizadas pelo psicólogo na Clínica Florence para buscar promover bem-estar e saúde mental aos pacientes?
Na Clínica Florence, nosso objetivo é olhar o paciente como um todo. Então, realizamos intervenções psicológicas buscando evidenciar o que faz sentido para o paciente. Incentivamos a visita de pets, de crianças, uso de objetos pessoais como roupas de sua preferência. Reforçamos a manutenção de hábitos de antes da hospitalização como ler, ouvir música e socialização com demais pacientes, além de ações que potencializam sua autonomia e autocuidado.
Como o psicólogo colabora com a equipe interdisciplinar e quais são os desafios em um Hospital de Transição de Cuidados como a Clínica Florence?
O profissional da psicologia costuma ser um mediador que facilita a comunicação entre paciente, família e equipe, pois ocasionalmente o paciente e/ou família pode deixar de expressar algo importante para a equipe por medo ou vergonha, por exemplo. Podemos perceber, também, se a mensagem passada para eles foi bem compreendida. Caso contrário, conversamos com a equipe para melhores esclarecimentos junto a pessoa internada e entes queridos.
Além disso, trazemos os aspectos emocionais que impactam no processo de reabilitação, a fim de que a equipe interdisciplinar possa compreender melhor o que está acontecendo com o paciente e, desta forma, prestar um cuidado integral e personalizado.
Como é feito o acolhimento e suporte emocional a familiares de pacientes em Cuidados Paliativos de fim de vida?
O acolhimento e suporte emocional aos familiares de pacientes em fim de vida se dão principalmente através de uma escuta atenta e ativa. Por meio dela, conseguimos amparar a pessoa em seu sofrimento, ajudando-a a atravessar esse momento tão desafiador que é a perda de um ente querido. Favorecemos ainda a expressão de sentimentos e a elaboração psíquica deles. Se necessário, encorajamos e medimos conversas difíceis entre família e paciente, além, claro, de favorecer a elaboração do processo de luto antecipatório.