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Pós AVC: uma jornada de reabilitação

Pós AVC
Reabilitação
Recife
Salvador

O processo de redução da dependência e a busca pela autonomia após um Acidente Vascular Cerebral.

Sessão de Terapia Ocupacional com Pintura na Clínica Florence
Pacientes acometidos por um Acidente Vascular Cerebral (AVC) podem ser transferidos para um Hospital de Transição para Reabilitação com foco na melhoria de funcionalidade e habilidades cognitivas.

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma condição médica que ocorre quando há uma interrupção do fluxo sanguíneo para o cérebro (AVC isquêmico) ou quando há o rompimento de um vaso sanguíneo no cérebro (AVC hemorrágico), atingindo áreas cerebrais. Sendo assim, a reabilitação pós AVC se mostra fundamental para a recuperação e qualidade de vida do paciente após o evento agudo.

No cérebro temos o controle da maioria das funções corporais, incluindo os movimentos, a fala, o pensamento, as emoções e outras atividades importantes. Quando uma pessoa é acometida por um AVC, as células cerebrais da área atingida são afetadas e, o que pode ocasionar perdas de funcionalidade motoras, cognitivas e/ou socioemocionais provisórias ou permanentes, dependendo da região afetada.

O AVC é a segunda maior causa de morte no mundo, segundo informações da OMS e pode levar a complicações graves, por isso é importante reconhecer os sintomas e buscar atendimento médico imediato.

Segundo a Sociedade Brasileira de AVC, o Acidente Vascular Cerebral é uma das principais causas de perda da independência. A doença afeta o indivíduo de diversas maneiras. Sequelas como fraqueza, dificuldade com os movimentos, rigidez muscular, problemas na fala e na memória, alterações emocionais e na sensibilidade são algumas das listadas após o insulto agudo.

Por estes motivos, a Reabilitação pós AVC pode ser muito eficiente, contribuindo com a redução da dependência do paciente, ajudando-o a recuperar suas habilidades para as atividades básicas da vida diária.

Reabilitação Pós-AVC

A pessoa acometida pelo evento agudo pode demonstrar várias limitações no pós AVC. A recuperação é diferente em cada paciente. Ou seja, entre os objetivos da reabilitação pós AVC, buscar o retorno da funcionalidade em algum grau, diminuir as dificuldades para realização das atividades básicas diárias, reduzir a complexidade de cuidado, evitar sequelas e proporcionar o retorno seguro para as vida social, conforme as Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Acidente Vascular Cerebral.

Em casos de AVC moderado a grave, a Reabilitação pós AVC pode ser indicada para a realização em clínicas e Hospitais de Transição, como a Clínica Florence.

Segundo a American Heart Association e a American Stroke Association, pacientes que tiveram AVC com maior impacto em funcionalidade devem ter acesso a cuidados de reabilitação interdisciplinar, organizados e coordenados, preferencialmente em unidades de reabilitação. Essa recomendação é baseada nos maiores níveis de evidência (1A).

O foco da abordagem terá atuação interdisciplinar para possibilitar mais independência e qualidade de vida ao paciente e inclui terapias, como fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicologia, entre outras.

Na Clínica Florence, durante o programa de Reabilitação pósAVC, a pessoa acometida pelo evento agudo terá um plano de cuidados individualizado, segundo suas necessidades, com base em metas e escalas, nas quais buscará as seguintes finalidades:

● Melhorar a força e coordenação muscular;
● Recuperar a fala e a linguagem;
● Melhorar a memória e a cognição;
● Melhorar a capacidade de realização das atividades diárias;
● Gerenciar a dor e outros sintomas físicos;
● Suporte psicológico com escuta ativa após o AVC;
● Prevenir complicações;
● Reduzir a complexidade do cuidado;
● Treinar o paciente para uso de dispositivos auxiliares, quando necessário;
● Capacitar a família para o retorno ao domicílio.

É importante que o tratamento seja precoce, intensivo e interdisciplinar e começar a reabilitação nos primeiros três meses (90 dias) pós AVC, sendo indicada logo após a fase aguda do AVC, para maximizar os benefícios e a recuperação do paciente:

“Essa janela de ouro de 90 dias é fundamental na Reabilitação Pós AVC. A plasticidade cerebral depende do estímulo precoce, intensivo e interdisciplinar. Quanto mais se demora a iniciar as terapias, menor a possibilidade de recuperação de funcionalidade e do cérebro para assumir, em áreas não afetadas, as funções perdidas. A frequência é uma das grandes forças motrizes para estimular o cérebro para que ele consiga assumir as funções perdidas com o AVC. Portanto, a intensidade precoce da realização da reabilitação é necessária para que seja possível ensinar, treinar adequadamente o cérebro para tentar atingir o ponto de função e cognição anterior ao insulto agudo”, comenta a Dra. Renata Azevedo, neurologista, especialista em medicina intensiva e médica responsável pela Linha de Cuidados de Reabilitação Pós-AVC da Unidade Recife da Clínica Florence.

Em casos de baixa recuperação funcional, a adequação de cuidados é uma das possibilidades mais favoráveis a estes pacientes.

Adequação de Cuidados

Dependendo do grau e áreas atingidas no cérebro pelo AVC, o paciente pode ser indicado para a Reabilitação Adequação de Cuidados no pós AVC.

Esta abordagem interdisciplinar é indicada para realização em hospitais e clínicas de Transição de Cuidados, como a Clínica Florence, e conta sessões de fisioterapia, terapia ocupacional, com treinos para adaptação no uso de cadeira de rodas, órteses, por exemplo, além de sessões para exercitar as capacidades de realizar funções de atividades diárias. São incluídos ou retirados dispositivos auxiliares que viabilizam o cuidado adequado ao momento de saúde do paciente, como sondas.

A proposta é adaptar as necessidades da pessoa à sua condição atual após o AVC, considerando fatores como funcionalidade e condições de saúde prévias ao insulto agudo, idade, valores e preferências pessoais, bem como capacitar a família para este novo momento de saúde do paciente, a fim de possibilitar uma transição de cuidados para o domicílio de forma segura.

O tratamento busca a melhoria da qualidade de vida, possibilitar autonomia e prevenção de complicações. Quando o cuidado é adequado às necessidades individuais da pessoa, a probabilidade de obter melhores resultados aumenta em termos do retorno de funcionalidade em algum grau ou na redução da complexidade dos cuidados.