Os Terapeutas Ocupacionais auxiliam os indivíduos a superarem os desafios que impactam suas atividades diárias. Para isso, desenvolvem técnicas para estimular a coordenação, destreza, força e cognição dos pacientes de maneira integral. Em comemoração ao Dia do Terapeuta Ocupacional, 13 de outubro, entrevistamos Cynthia Coleho, Terapeuta Ocupacional da Unidade Salvador.
Formada pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, especialista em Saúde Coletiva pela Faculdade Internacional de Curitiba, Psico-oncologia pela Ciências Médicas Virtuais e Gestão do Trabalho e Educação em Saúde pela Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde, a Cuidadora Florence fala sobre as práticas humanizadas da sua área em Hospital de Transição
Confira na íntegra:
1- Qual o papel do Terapeuta Ocupacional?
A Terapia Ocupacional é uma área da saúde que visa promover o bem-estar e a independência das pessoas por meio do engajamento em atividades terapêuticas, visando melhorar suas habilidades funcionais, cognitivas e emocionais.
Todas as faixas etárias que tenham alguma limitação ou incapacidade de realizar atividades do dia a dia estão aptas a serem atendidas pelos profissionais. Este trabalho ajuda a realização de tarefas cotidianas (ocupações), o que inclui autocuidado (higiene, alimentação e vestuário), produtividade (trabalhar ou estudar), lazer (esportes, dança, pintura e outros) e atividades sociais em geral.
2- Como os Terapeutas Ocupacionais atuam no cuidado humanizado e integral em um Hospital de Transição?
O Terapeuta Ocupacional enxerga o paciente como um todo, pois visa a promoção da qualidade de vida, até onde houver vida. No contexto hospitalar, em Cuidados Paliativos e Reabilitação Intensiva, buscamos dar sentido aos momentos cotidianos, trazendo significado ao fazer humano. É estimular o máximo de autonomia e independência nas atividades diárias, através de um plano de cuidado que valoriza a história e preferências do paciente, no âmbito físico, cognitivo e familiar.
O principal objetivo é dar sentido a vida do paciente, mesmo hospitalizado. E, através da sua biografia, do que gosta, do que tem como lazer ou fazer, por meio de estímulos motores, sensoriais e cognitivos. Reconstruir a vida do sujeito mesmo com as limitações adquiridas, de forma a torná-lo mais independente e autônomo possível, com ou sem adaptações nas práticas cotidianas e de autocuidado.
3- Através dos estímulos cognitivos, sensoriais e motores, quais os tipos de habilidades são possíveis o paciente treinar ou desenvolver na Clínica Florence?
Na Clínica Florence, os pacientes atendidos, em sua maioria, apresentam um declínio funcional importante decorrente do evento agudo que gerou a hospitalização. Assim, algumas atividades que são rotineiras, como escovar os dentes ou vestir uma camisa, tornam-se bastante complexas. O indivíduo não consegue realizar ou desempenha com muita dificuldade.
Quando existem tais problemas, o terapeuta ocupacional é o profissional que busca auxiliar o paciente nas atividades do cotidiano objetivando a reinserção familiar/social por meio da recuperação das potencialidades e habilidades funcionais. Desta forma, promove maior independência e autonomia, necessitando ou não de tecnologia assistiva.
4- De que forma as atividades lúdicas realizadas em grupo pela Terapia Ocupacional impactam na reabilitação dos pacientes?
O grupo de atividades de terapia ocupacional é marcado pelo envolvimento simultâneo de pacientes na realização de uma ou mais tarefas, sejam elas produtivas, criativas e/ou sociais, sempre com um propósito terapêutico específico estabelecido pelo profissional.
No grupo terapêutico, o paciente é capaz de desenvolver potencialidades, talentos e habilidades através de aptidões físicas, cognitivas e sensoriais. Além de estimular o domínio para preservar ou potencializar o desempenho ocupacional, promover atividades de vida diária de forma significativa e prazerosa, favorecer o desenvolvimento socioemocional, treinar a coordenação motora fina, estimular um espaço de socialização e integração entre estes pacientes.